A portuguesa Unicâmbio entrou na Alemanha com a aquisição do negócio detido no país pelo parceiro Western Union. Sem avançar valores de
investimento, o administrador Carlos Lilaia diz esperar já ter um retorno positivo dentro de três ou quatro anos e avança que não está excluída a entrada noutros países europeus nos próximos tempos. A Alemanha junta-
se assim a Portugal, Marrocos e Angola na lista de países onde a empresa especializada em transferências de divisas internacionais tem atividade.
"A Unicâmbio é agente da Western Union em Portugal há 20 anos e convidou-nos a ficar com a operação nalguns países europeus. A Unicâmbio
escolheu a Alemanha. Foi um processo que se iniciou por volta de outubro de 2019 e que ficou agora concluído", explica ao Negócios Carlos Lilaia,
administrador da Unicâmbio, sobre a aquisição de 32 lojas em cidades como Berlim, Frankfurt, Hamburgo ou Munique.
Esta é a primeira vez que a instituição de pagamentos inicia atividade num país europeu além de Portugal, após ter iniciado o processo de
internacionalização em 2016 com Marrocos e Angola. "Os valores totais de investimento estão abrangidos por um acordo de confidencialidade que
temos com a Western Union. Mas posso dizer que é um investimento voluptuoso, que deve ser avaliado pelas lojas com que ficámos, mas
também pelos 150 trabalhadores (ex-Western Union) que integrámos nos quadros da Unicâmbio", aponta o administrador.
A operação nos novos balcões arrancou em novembro e já funciona na totalidade sob a marca Unicâmbio. "Estamos convencidos de que no ano de 2022 já começaremos a ter algum retorno do investimento que estamos a fazer e, provavelmente, em três ou quatro anos teremos um retorno completo do investimento" sublinha.
A operação nos novos balcões arrancou em novembro e já funciona na totalidade sob a marca Unicâmbio. "Estamos convencidos de que no ano de 2022 já começaremos a ter algum retorno do investimento que estamos a fazer e, provavelmente, em três ou quatro anos teremos um retorno completo do investimento" sublinha.
Em cima da mesa estava também o negócio da Western Union noutros países como França, Bélgica, Holanda e Áustria. A escolha da Alemanha
deveu-se a ser um país com forte presença de migrantes no mercado laboral, uma tendência que a empresa espera que se aprofunde nos
próximos anos. Por isso, as moedas onde a empresa espera ter maior negócio nas novas lojas da Alemanha são o dólar, o franco suíço, mas também "moedas exóticas" como a lira turca ou o dinar sérvio.
Além disso, o país foi também escolhido pelo peso do turismo e por ter fronteira com cinco países que não pertencem à Zona Euro. Essa poderá ser,
aliás, uma porta de entrada para novas geografias. "No próximo ano estaremos perante a consolidação deste investimento, mas não descuramos
a possibilidade de abertura de novos balcões na Alemanha e, por alguma economia de escala, de podermos vir a entrar noutros países que não fazem
parte da Zona Euro e que podem vir a ser importantes para nós", refere Carlos Lilaia, apontando para Dinamarca, República Checa, Polónia e
Eslováquia como possibilidades. "Países que têm fronteira com a Alemanha e que não estão na Zona Euro. Estes países estarão certamente no nosso radar nos próximos anos" acrescenta.