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Porquê poupar?

2024-10-28
Artigo de Opinião do professor João Duque

Porquê poupar?



No Dia Internacional da Poupança convém pensar um pouco sobre as razões que nos devem levar à poupança.

Muitos animais poupam e o homem é apenas mais um que o faz. A formiga é talvez a mais conhecida pela forma desproporcional entre aquilo que assumimos que poupa e o peso que demonstra. Mas muitos outros animais o fazem. O cão, por exemplo, guarda ossos para roer mais tarde.

Mas voltemos à Humanidade. Ela sempre poupou pois desde sempre que existiu o risco de não se ter comida para alimentar o clã no dia de amanhã.

De acordo com a teoria financeira a poupança começou por ser absolutamente necessária para financiar o investimento. Contudo, com o desenvolvimento social, e em particular com a sofisticação do sistema financeiro, o ato de poupança passou a ter uma característica diversa e não tem de ser prévio ao investimento. A gestão da massa monetária e o financiamento indireto dos Estados através da emissão dos bancos centrais alterou a relação de curto prazo entre as duas variáveis.

Porém, no longo prazo, a manutenção de uma sociedade sem poupança acarreta duas óbvias consequências: ou conduz à busca de financiamento externo para suprimir a ausência de recursos internos, o que mais tarde leva a drenar para o exterior o valor criado que remunera esses recursos obtidos no exterior, ou o leva a emissões monetárias que financiam o investimento, mas que tenderão a gerar perigosas tensões inflacionistas.

No Dia Internacional da Poupança elejo a simples operação individualista de poupar hoje para beneficiar de um futuro melhor. Não esqueçamos que um capital de €100.000 hoje, investidos nos próximos 20 anos à taxa de capitalização média observada nos 3 principais mercados europeus de ações nos últimos 30 anos (Londres, Paris e Frankfurt) e que foi de 7% ao ano, permitiria obter €386.968! Quanta liberdade comparada com quem decidiu consumir tudo!

Claro que para poupar temos de ter estímulo. E o estímulo é termos a segurança de que o nosso investimento não vai ser indevida e sucessivamente tributado, não vai ser usurpado, não vai ser corroído pela inflação, e que vai ser, por isso, adequadamente remunerado.

Sabia que se um jovem começar a poupar €300 por mês durante toda a sua vida, admitindo uma taxa de remuneração média de 7% ao ano para esse capital, chega ao fim da sua vida ativa de 45 anos de poupança com €1 milhão acumulados? De que está à espera?


João Duque
Professor Universitário
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